O PSD rejeitou hoje que a situação da Madeira ponha em causa a confiança política em Alberto João Jardim, como sugeriu o PS, e comparou-a à das contas nacionais em 2010 quando José Sócrates era primeiro-ministro.
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o secretário-geral do PS, António José Seguro, exigiu hoje que o primeiro-ministro esclareça se "mantém a confiança política no presidente do Governo Regional da Madeira" depois de se saber que este "escondeu" desde 2003 um "buraco" de "mais de mil milhões de euros".
Em nome do PSD, o deputado independente Carlos Abreu Amorim qualificou de "muito grave" o que se passa com as contas da Madeira, mas respondeu às palavras de António José Seguro considerando que "o PS extrapolou bastante esta situação", que equiparou à das contas nacionais no ano passado durante a governação socialista.
"Vamos lá ver, esta situação não é assim tão diferente daquela que Portugal viveu em 2010, com números de défice sucessivamente alterados e corrigidos para cima", apontou.
"E, se fosse assim, por absurdo, o engenheiro José Sócrates não poderia ter sido candidato nas últimas eleições. Mas este assunto é sério e nós não podemos estar a brincar com assuntos sérios e, portanto, consideramos que essa exigência do PS não tem qualquer razão de ser e não é séria", completou o deputado eleito pelo PSD, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
Segundo Carlos Abreu Amorim, os números hoje divulgados relativos às contas da Madeira são "dados preliminares" que só se conhecem porque "o Governo de Portugal diligenciou para que as averiguações fossem feitas o mais rigorosamente possível" e "o Governo português vai actuar em conformidade".
"O grupo parlamentar do PSD considera a situação muito grave, mas esta situação não é uma novidade completa, já que o próprio primeiro-ministro, doutor Pedro Passos Coelho, aqui no Parlamento português tinha dito que a situação era grave e que, portanto, estava a ser averiguada", disse.
O deputado eleito pelo PSD acrescentou que "fica provado que o pedido de reestruturação da dívida da Madeira tinha razão de ser, tal como o doutor Pedro Passos Coelho já tinha referido e o doutor Alberto João Jardim já tinha pedido por carta ao Governo português".
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