sábado, 13 de agosto de 2011

O VERDADEIRO ESTERCO EM FORMA DE GENTE

Chamem-me insensível, chamem-me o que quiserem que já estou habituado, mas não consigo olhar para a destruição e constantes agressões que milhares estão a provocar de forma deliberada, desumana e sem qualquer causa social ou protesto que contextualize estes actos de pura cobardia e que se estendem um pouco por toda a Inglaterra.

Não basta condenar.

Há que actuar. Em força. Chamem o capitão "Nascimento" e o BOPE se preciso for, mas ajam "em conformidade". "Canhões de água"? Já agora levem os meninos ao elefante azul e esfreguem-nos com óleo de amêndoas doces.

Venham sociólogos, psicólogos, "televisológos" (aquela espécie que passa a vida na televisão a falar de tudo um pouco, de branqueadores dentários para os caninos ao PIB do Luxemburgo), os habituais da esquerda-faz-o-que-eu-digo-não-faças-o-que-eu-faço e que em tempos defenderam que os agentes deviam patrulhar as ruas desarmados, falem-me do melting pot, da imigração, de lutas interclassistas. Dos anos oitenta e dos riots de então (que rigorosamente nada têm a ver com o que agora se passa). Do capitalismo desmedido numa das faces da mesma moeda que esconde no verso a falta de condições em que vive grande parte da população. Que a culpa é da sociedade, que aliena toda uma geração (coitadinhos dos meninos, as bestazinhas). O tanas! Há milhares de pessoas a passarem dificuldades e nem todos agem desta forma criminosa. Nem todas as pessoas são más e isto não são actos desesperados, de descontentamento social ou de afirmação, mas sim de cobardia e crime premeditado.

O que se passa em Inglaterra é uma guerra perpetrada por bandos de criminosos à solta nas ruas e que devem ser tratados como tal. Condescender é cair no erro em que os britânicos vivem mergulhados nos últimos anos. Gerações a viverem de subsídios. Gerações que cresceram aninhados ao bolso sem fundo dos contribuintes. Always the polite way tem sido a forma dos ingleses conduzirem um processo que cedo se percebeu que ia degenerar, tinha mesmo de ser. Só quem não conhece a forma de estar deste povo não via isto. Um barril que foi enchendo de pólvora e que precisava de fracos ou nenhuns pretextos para explodir. Sometimes the polite way is the wrong way.

Não há qualquer justificação para estes actos de cobardia. Não se pode aceitar que muitos, só por optarem nada fazer da vida ou preferirem conseguir algo que desejam através de uma pedra num vidro de uma loja, possam destruir sem oposição o que outros construíram a pulso e a custo ao longo de anos, décadas de sangue suor a arderem céu aberto, de lagrimas nos olhos. Muitos deles vizinhos. Cruzam-se todos os dias. Uma vergonha.

Não são seres humanos. São bichos. As pessoas, essas, têm sentimentos, têm emoções e sobretudo têm causas. As pessoas não agem como animais selvagens em bando por pura necessidade de espalhar o caos, a desordem sem qualquer motivação para alem da pura maldade, falta de objectivos, noção exígua de cidadania, falta de sanidade intelectual e principalmente de alguém que lhes vá à tromba como deve ser e na altura certa, para que nunca mais se esqueçam do que fizeram.

Fica o filme. Lamentável. Verdadeiras bestas.


Tiago Mesquita, aqui