Mais de 30% dos que concorreram às 30 mil vagas têm um curso superior. Na maioria são mulheres.
Quase 17 mil dos candidatos às vagas de recenseadores para fazer os Censos 2011 (População e Habitação) têm um curso superior. Ou seja mais de 30% dos que responderam ao anúncio de recrutamento do Instituto Nacional de Estatística (INE), para percorrerem o País entregando os questionários porta a porta durante dois meses, que vão permitir fazer o retrato de Portugal neste ano.
Na véspera de fecharem as candidaturas às 30 mil vagas disponíveis, que poderão render mais de 750 euros por mês, o INE avançou ao DN os primeiros dados estatísticos sobre os candidatos, que responderam num número muito superior às vagas disponíveis.
A recepção de candidaturas termina hoje. Mas até ao final de quinta-feira passada, tinham já sido recebidas 42 mil propostas através do formulário disponível online. Mais de metade dos candidatos (60%) são mulheres e a média de idades ronda os 30 anos.
Dos interessados às vagas de recenseadores, mais de 2500 têm mestrado ou bacharelato, número que sobe para 14 280 no caso da licenciatura. Ou seja, cerca de 16 800 possuem curso superior.
Dos restantes mais de 17 600 têm o ensino secundário concluído, e 11% do total apenas o 9.º ano, a formação mínimo para poderem representar o INE distribuindo os questionários porta a porta.
A tarefa que espera o recenseador a partir de 7 de Março é a de percorrer o País entregando em cerca de seis milhões de habitações e 3,6 milhões de edifícios os quatro questionários que vão permitir ao INE saber quantos vivem em Portugal e em que condições.
Os candidatos têm de ter mais de 18 anos, habilitações académicas mínimas ao nível do 9.º ano, conhecimentos informáticos na óptica de utilizador e posse de telemóvel. Além dos 18 200 recenseadores, o INE procura 5200 coordenadores e subcoordenadores de freguesia e cerca de mil delegados municipais e regionais. A remuneração dos recenseadores varia consoante o número de casas e inquéritos recolhidos. Ou seja, consoante os resultados .
"Um recenseador a quem sejam afectados 320 alojamentos, que tenham 590 pessoas aí residentes, pode receber cerca de 760 euros", explica fonte do INE. Os delegados, que trabalham a tempo inteiro, podem receber até 1200 euros por mês. Os candidatos seleccionados terão de ter dois dias de formação, cerca de 14 horas no total, para trabalharem os dois meses que dura a operação.
O custo do recenseamento deverá ser superior a 51 milhões, incluindo a publicidade
Paulo Julião, aqui