quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AINDA VAMOS CHORAR POR 2010...

A «minha» terça-feira caiu depois da consoada e antes do réveillon.

Uma posição estratégica que me permite olhar simultaneamente para trás, para o ano prestes a findar, e para a frente, para o ano prestes a começar. Serei optimista só uma vez (que o espaço não dá para mais...) e pessimista também só uma vez (e já chega...).

O olhar optimista vai para o ano que termina. Porque é reconfortante verificar como as pessoas podem ser generosas. Há semanas que andamos a ser acossados por instituições que nos pedem ajuda para os pobres e bombardeados por televisões e rádios que nos incitam a fazer chamadas de valor acrescentado ou ir às ATM's preencher todas as quadrículas com o mesmo algarismo.

Não sei elas próprias, televisões e rádios, entram com «algum» ou se se limitam a ser caridosas por interpostas pessoas, mas o que conta é a intenção, não é? Pena é que essa vaga de solidariedade nacional só se erga no Natal, como se os desafortunados não comessem no resto do ano...

O olhar pessimista reservo-o para o ano que está a chegar. Porque, fomos avisados, tudo vai ser pior do que era, embora o que era também não fosse coisa por aí além. Vão cortar-nos nos ordenados e pensões (e não só) e vem por aí abaixo a subida de preços que é a nossa forma tradicional de comemorar o novo ano.

Temos, a subir, IVA e transportes, gasolina e gás, electricidade e pão, e muito etc.. E teremos mais desemprego e despedimentos e falências.

Como se 2010 não tivesse sido suficientemente mau, há a perspectiva de um 2011 ainda pior. Esperemos que as tradicionais mensagens presidencial e primo-ministerial nos pintem um quadro um bocadinho menos negro, a ver se a euforia natalícia em que andamos mergulhados se aguenta até aos Reis...

Sérgio Andrade, aqui