Dois adultos, de 50 e 39 anos, e um jovem, de 22, morreram, na madrugada de hoje, sexta-feira, em Sangalhos, Anadia, num incêndio dentro de casa que, ao que tudo indica, terá começado na garagem, onde estava estacionado o carro.
Segundo o JN apurou, há suspeitas de que o fogo tenha começado com um curto-circuito na viatura, enchendo a garagem de fumo.
A mulher morreu carbonizada, perto da garagem, e as outras duas vítimas terão falecido noutra parte do prédio devido à inalação de fumo.
A PJ está a investigar as causas do fogo.
Pedro Fontes da Costa, aqui
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Mulher e amigo morreram carbonizados enquanto rapaz deficiente ficou intoxicado. PJ investiga incêndio, que começou em carro.
Uma mulher, o filho, deficiente profundo, e um homem foram encontrados já cadáveres pelos bombeiros durante o combate ao incêndio urbano que deflagrou na madrugada passada num prédio em Sangalhos, Anadia, possivelmente causado por curto-circuito em viatura estacionada na cave. As primeiras indicações recolhidas pelas autoridades policiais excluem mão criminosa, prosseguindo as investigações.
Dois mortos estavam queimados. Maria do Céu Almeida, 44 anos, ficou quase totalmente carbonizada e só seria identificada pelos cabelos depois de removida para o exterior. Rui Cardoso Gil, 50 anos, seu amigo, exibia marcas das chamas na parte superior do corpo. Já o rapaz, André Daniel, de 22 anos, terá morrido intoxicado.
Pedro Patrício, 38 anos, residente num dos apartamentos do primeiro andar, acordou "com estrondos" causados pelo fogo. "Foi o que me salvou a vida, porque apercebi-me do fumo preto vindo da parte comum, e não havia alternativa senão saltar pela janela da frente", recordou.
Gritou por um escadote que, "vindo pela mão de alguém", foi aberto na varanda do rés- -do-chão. Fez descer a mulher e a filha de oito anos, em segurança, e depois seguiu o exemplo, caindo ao pôr o pé, mas sem ferimentos de maior. Os outros vizinhos de cima, um casal, conseguiram sair ilesos já com ajuda dos bombeiros, alertados cerca da 00.45. Só as autópsias poderão esclarecer, em concreto, as causas da morte das três pessoas no hall comum de quatro apartamentos com primeiro andar que faz parte do edifício S. Pedro, na Rua Fonte Guimarães.
O incêndio urbano terá deflagrado, por circunstâncias que a PJ está a procurar esclarecer, na cave do prédio, muito possivelmente a partir da garagem individual onde se encontrava a viatura da mulher morta, uma carrinha Opel Astra que ficou totalmente destruída pelo fogo.
Quando os bombeiros de Anadia chegaram ao local, a garagem e o corredor do rés-de-chão "estavam tomados pe- lo fogo e com fumo negro intenso a sair por efeito-chaminé", adiantou o comandante Eduardo Matos. Depois de abrir a porta principal do prédio, que não estava fechada à chave, quebrando os vidros laterais, depararam-se imediatamente com dois cadáveres (do rapaz e do homem). Ao fundo do corredor, junto à escada da cave, estava o terceiro corpo.
Uma hipótese é o fogo ter ocorrido a partir de curto circuito na viatura de Maria do Céu Almeida, que fora estacionada na garagem, à noite, por uma familiar.
O homem com quem estava acompanhada, que conhecia do trabalho, onde é também empregado e um dos sócios, terá ainda tentado fugir com o filho da mulher ao colo, sucumbindo a um metro do exterior, junto à porta. Rui Cardoso Gil era natural de Vagos e residente em Aveiro, encontrando-se em Anadia há cerca de um ano depois de ter explorado uma padaria em S. Pedro do Sul
Júlio Almeida, aqui
