quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DEFESA DO PATRIMÓNIO COMO FORMA DE ACTUAÇÃO POLÍTICA

Pela imprensa local de Águeda, foi tornado público o facto de a “Casa do Engenheiro”, no centro daquela cidade, ter sido demolida na tarde do dia 13 de Agosto, ao fim do terceiro processo de expropriação.

Na edição on line deste semanário pode ler-se que «depois da anulação de duas expropriações, entre 2000 e 2002, procedeu-se, finalmente, à posse administrativa do prédio, na Rua 15 de Agosto, que o expropriado (Manuel Marques Ferreira Martins) pretendia continuar a obstar, defendendo que a decisão judicial “é altamente prejudicial dos interesses do município e do requerente”. Manuel Marques Martins, que durante a posse administrativa se mostrou aparentemente calmo, chegou a remeter, recentemente, ofícios para a Câmara Municipal e para o Juízo de Média e Pequena Instância Cível de Águeda, com o objectivo de travar o processo, mas as suas pretensões não foram atendidas».

Já na edição de papel do mesmo orgão de comunicação, a notícia é complementada com o facto de o prédio ter sido «dado a conhecer ao mundo, recentemente, através de uma página no Facebook, criada por José Santos Silva, em nome da "defesa do património" e intitulada "Os amigos da Casa do Engenheiro - S. Sebastião". O grupo conta com vários membros, destacando-se os nomes de personagens da vida política local como são os casos de Alberto Marques, Carlos Almeida, Gil Abrantes, Hilários Santos, Manuel Farias e Paula Cardoso.»

Como é sabido, todos os antes identificados defensores do edifício agora demolido em Águeda, integram a oposição social democrata dos actuais inquilinos do poder socialista aguedense.

Pergunto: será que a cartilha partidária faz da defesa do património uma leitura de conveniência, em função da ocupação de lugar na oposição (caso da Casa do Engenheiro, em Águeda) ou no poder (caso da Casa de Câmara e Cadeia, em Oliveira do Bairro)?