terça-feira, 17 de agosto de 2010

ASSOCIAÇÃO FLORESTAL DO BAIXO VOUGA QUER RENTABILIZAR A FLORESTA

Associação Florestal do Baixo Vouga desenvolve com os proprietários da região um projecto que prevê a criação de um plano de acção para rentabilizar a produção florestal. Cerca de 400 proprietários, que representam 15 mil hectares, já estão a ser acompanhados.

Os 11 municípios da região de Aveiro que integram a AFBV-Associação Florestal do Baixo Vouga (Ovar, Murtosa, Estarreja, Albergaria, Sever do Vouga, Águeda, Aveiro, Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia), representam uma área florestal total de 75 mil hectares, embora esteja a ser usada apenas 30% da capacidade de produção. Uma realidade que a associação, que conta já com 400 associados, que “valem” 15 mil hectares, quer combater, aumentando a área produtiva.

A AFBV, com sede em Albergaria, tem em curso um projecto de sensibilização e formação dos proprietários florestais tendo em vista “uma melhor utilização dos terrenos”. Isto é, “pretende-se ajudar os proprietários no planeamento e gestão dos prédios florestais, potenciando, assim, a produção de matéria-prima”, explicou Luís Sarabando, técnico responsável da AFBV. “Nesta região temos florestas produtivas, com grande potencial para o desenvolvimento da plantação de eucalipto, mas também de outras espécies. Mas o problema reside na forma como é feita a gestão dos terrenos”, adianta Sarabando, acrescentando que é preciso desmistificar a ideia de que “é preciso aumentar a área do eucalipto”.

O técnico explica que “o mais importante é olhar para o que existe e produzir de forma consciente”. Para isso basta “recorrer às boas práticas florestais, optando por plantas com bom potencial genético e por um acompanhamento rigoroso do crescimento das árvores ao longo dos anos”.

Luís Sarabando reconhece que a principal dificuldade se prende com os terrenos em situação de abandono. Muitos proprietários descuram as florestas por esta não ser a sua actividade económica. ?O nosso trabalho começa aqui, sensibilizando-os para a necessidade de olharem para a floresta e de verem aqui uma fonte de rendimento extra quando bem potenciada?, acrescentou. Nesse sentido, a AFBV realiza um trabalho de proximidade com os associados. ?Vamos com eles fazer visitas às propriedades para analisar a situação, ver o potencial de cada terreno e depois assumimos em conjunto o compromisso de elaborar um plano de acção para cada parcela?, explica o técnico.

Esse plano de acção contempla, entre outras coisas, a definição do tipo de árvores a plantar, a quantidade e a forma de gerir o terreno depois da reflorestação realizada no âmbito do projecto.

Paula Rocha aqui