sábado, 17 de março de 2012

MANSIDÃO A MAIS...


Depois de ter sido anunciada a escolha de José Biscaia, gestor público e ex-presidente da câmara de Manteigas eleito nas  listas do PSD, para presidir ao conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Guarda (que dirige os hospitais da Guarda e de Seia), a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) acabou por anunciar a nomeação de Ana Manso, antiga administradora hospitalar e deputada do PSD.

José Biscaia considera “uma atitude eticamente indevida” e sem “um mínimo de educação” não ter sido informado de que já não seria nomeado para o lugar.
Segundo conta, foi indigitado pessoalmente pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, a 21 de Outubro: “O ministro escolheu-me. Não aceito, venha de um ministro, venha de quem vier, o facto de me ter convidado pessoalmente e em contraponto não ter feito a mesma coisa” para informar que “a escolha era inconsequente”. Admitiu que o facto de ser aposentado suscitou dúvidas, que, no entanto, diz ter esclarecido: “Não podia era acumular nenhum vencimento com a aposentação”, regra a que diz já ter estado sujeito quando foi gestor público “durante 10 anos na Águas do Zêzere e Côa”. Para José Biscaia, “se havia alguma incompatibilidade” que o impedisse de exercer o cargo, “devia receber essa informação. Não quero admitir que tenha havido manobras de corredor que tenham influenciado a decisão do ministro”. Mas se não houver explicações, restará “a péssima impressão” de que “quem devia ter normas de conduta, não serve para gerir o País, porque não sabe lidar com as pessoas e as circunstâncias”, sublinhou.

Indiferente a este diferendo, Ana Manso iniciou o exercício do cargo com uma decisão de se lhe tirar o chapéu: escolheu o próprio marido para o cargo de auditor interno, ao qual incumbe inspeccionar os actos do conselho de administração por si presidido.

A imprensa trouxe a notícia e o nomeado abandonou o posto de mansinho.

Mas não deveria ter sido a nomeante do nomeado a ser demitida?

Pois... ao que parece, é mais fácil ao ministro da saúde aumentar as taxas moderadoras do que impor ordem no ministério que tutela...

É caso para dizer: isto também é mansidão a mais!