Um conto de Agustina Bessa-Luís e a divulgação da correspondência trocada entre Jorge de Sena e António Ramos Rosa são duas das principais novidades do grupo editorial Babel para o final do ano.
O volume epistolar de Sena surge em paralelo com a edição das suas obras completas. O livro dá início a uma coleção dedicada à vasta e diversa correspondência do autor de Sinais de fogo, cuja publicação pretende ser um contributo para o entendimento da sua obra e da dos seus correspondentes, bem como para o conhecimento da vida cultural portuguesa da segunda metade do século XX.
"Não podia ser inaugurada da melhor forma, com a inteligência e o afecto de dois poetas: António Ramos Rosa e Jorge de Sena.", escreve, numa nota editorial, Jorge Fazenda Lourenço.
“Eu vivi em muitos lugares, e de um deles tenho a ideia estranha de que lá vivi por necessidade da minha iniciação no fantástico. Era uma terra perdida, ao norte de Bagunte, nome já por si cancioneiro e razoável de eficácia romântica. A casa em ruínas, com uma nogueira centenária no pátio interior, favorecia os improvisos da imaginação”, escreveu a romancista em 1966.
A Cividade de Bagunde, localizada no concelho de Vila do Conde, e a atmosfera em seu redor foram várias descritas por Agustina ao longo da sua obra, como no conto inédito Colar de Flores Bravias (1947), nos romances Homens e Mulheres (1966), e Antes do Degelo (2004), na história infantil O Soldado Romano (2003) e, como unidade temática, nesta Cividade (1951).
(Sérgio Almeida)
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