terça-feira, 16 de novembro de 2010

DEIXAR VÍCIO CUSTA 150 EUROS A CADA FUMADOR

Além das taxas moderadoras, um fumador tem de despender 150 euros para abandonar o tabaco, pagando a totalidade da medicação, por não ser comparticipada pelo Estado.

Porém, é o próprio Estado que incentiva a procura de consultas anti-tabágicas.

Os medicamentos para deixar de fumar não são comparticipados pelo Estado, apesar da sua toma ser obrigatória durante cerca de três meses, para quem é acompanhado pelas equipas clínicas das consultas de apoio intensivo à cessação tabágica.

Com o tratamento a durar mais de um ano, ao longo do qual conta com consultas pelas quais apenas paga as habituais taxas moderadoras, um paciente tem de despender no arranque mais de 150 euros, numa média mensal de 50 euros. Valores muitas vezes impeditivos para quem conta com a dependência tabágica, que está relacionada com 11,7% das mortes em Portugal.

Ainda assim, com a legislação de prevenção do tabagismo a ter de ser reavaliada em Abril de 2011 (ler texto ao lado), podendo tornar-se ainda mais restritivo o consumo, o Ministério da Saúde continua a alargar o número de consultas anti-tabágicas a centros de saúde e hospitais. De 2008 para 2009, registou-se um aumento de 4,8%.

O Norte lidera a percentagem de profissionais envolvidos nestas consultas, mas só em relação aos centros de saúde. Dos 216 médicos a nível nacional afectos a estas unidades, 85 localizam-se a Norte - o dobro dos existentes na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Quanto a enfermeiros, psicólogos e nutricionistas, o cenário é igual. Em relação aos últimos, no Norte são dez vezes mais que em Lisboa ou Algarve, segundo dados da Avaliação Intercalar do Impacte da Nova Legislação de Prevenção do Tabagismo. Em hospitais, a região Centro e Lisboa lideram. Os tempos de espera por uma consulta são em média de dois dias no Serviço Nacional de Saúde e de três no privado.

Nuno Miguel Ropio, aqui